BDDF00064 Número 4
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Bomba de Seringa Alaris™ PK Plus MK4
Descrição geral da TCI
Descrição geral da TCI
A relação dose-resposta pode ser dividida em três partes: a relação entre a dose administrada e a concentração plasmática
(a fase farmacocinética), a relação entre a concentração no órgão de efeito e o efeito clínico (a fase farmacodinâmica) e a junção da
farmacocinética e da dinâmica. Em última análise, o objetivo, quando se administra uma determinada dose de fármaco, consiste em
obter o efeito clínico desejado, para o qual é necessária uma concentração terapêutica específica do fármaco no local de ação (recetor).
DISTRIBUIÇÃO DOSE EXCREÇÃO METABOLISMO
CONCENTRAÇÃO NO PLASMA
CONCENTRAÇÃO NA BIO-FASE
INTERAÇÃO ENTRE MEDICAMENTO E RECEPTOR
EFEITO
Fig. 1: Representação esquemática dos processos farmacocinéticos e dinâmicos que determinam a relação entre a dose administrada e a
resultante intensidade de efeito de um fármaco. Os fatores farmacocinéticos, como, por exemplo, a distribuição, o metabolismo e/ou a excreção,
determinam a relação entre a dose de fármaco e a concentração do fármaco no plasma e na biofase (local de efeito). Na biofase, o fármaco
interage com o recetor, resultando no efeito farmacológico.
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Até recentemente, quando se utilizavam agentes anestésicos intravenosos para a indução ou manutenção da anestesia, estes eram
administrados manualmente (à mão) ou por bombas de infusão simples (o anestesista calculava a infusão de acordo com o peso
corporal do doente). A medição em linha das concentrações não é possível e as equações poliexponenciais necessárias para prever as
concentrações requerem uma enorme potência de processamento do computador. Com base no trabalho pioneiro de Kruger-Thiemer
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e Schwilden et al.
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, foi desenvolvido o conceito de TCI durante a década de 80 e o início de 90 do século passado, à medida que os
avanços na tecnologia dos computadores iam tornando possíveis as previsões em linha das concentrações de fármacos.
O comportamento farmacocinético da maioria dos fármacos anestésicos pode ser descrito de forma matemática com um modelo
de 3compartimentos: geralmente, descreve-se um compartimento central (V1), um compartimento rico em vasos (V2) e um
compartimento pobre em vasos (V3). A transferência do fármaco entre os diferentes compartimentos (distribuição) é descrita por
constantes de velocidade (k
12
, k
21
, k
31
e k
13
) ou clearances. O metabolismo do fármaco é descrito pela constante de velocidade k
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(Fig. 2).
O objetivo das técnicas de TCI consiste em utilizar modelos farmacocinéticos para calcular as velocidades de infusão necessárias para
atingir uma concentração plasmática pretendida. Deste modo, em vez de especificar uma velocidade de infusão, o utilizador especifica
uma "concentração-alvo", com base num parecer clínico. Quando o alvo é uma concentração no compartimento plasmático, dá-se a
designação de "TCI plasmática-alvo de circuito aberto". Quando o alvo é uma determinada concentração no compartimento de efeito,
dá-se a designação de "TCI de local de efeito-alvo de circuito aberto".
V2
Compartimento
Periférico
V1
Compartimento
Central
V3
Compartimento
Periférico
Clearance cl1
cl2
k
21
k
12
cl3
k
13
k
31
Fig. 2: Representação esquemática do modelo de três compartimentos utilizado para perfusões com controlo de alvo.
Para os agentes anestésicos, o local de efeito (ou biofase) não é o plasma
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, mas o cérebro, onde não é possível medir diretamente
asconcentrações. Até ao início da década de 90 do século passado, considerava-se que o equilíbrio entre sangue e cérebro se atingia
quase instantaneamente. Deste modo, os sistemas de TCI iniciais tinham todos como alvo o plasma. Para muitos fármacos, a relação
entre a concentração plasmática e o efeito clínico era descrita, geralmente, em termos de Cp50 ou Cp95 (as concentrações necessárias
para desencadear um efeito clínico específico em 50 ou 95% dos doentes, respetivamente). Para um exemplo, ver Ausems et al.
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Durante a década de 90 do século passado, ficou cada vez mais claro que, depois de uma alteração na concentração plasmática, se
verifica um atraso temporal no equilíbrio entre as concentrações plasmáticas e no local de efeito. O efeito clínico altera-se em paralelo
com a concentração no local de efeito e, por isso, para a maioria dos fármacos, a velocidade de transferência do fármaco para e a partir
do local de ação pode ser caracterizada pelo ciclo de tempo do efeito do fármaco
6,7
. Tal significa que o efeito pode ser transferido para
concentrações, resultando, assim, numa abordagem quantitativa. A concentração no local de ação tem a designação de "concentração
no local de efeito" e o compartimento correspondente
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(ver Fig. 3) tem a designação de "compartimento do local de efeito". Uma vez
que a quantidade real de fármaco a entrar no cérebro é muito pequena, pode considerar-se que o compartimento do local de efeito
não possui volume, a constante de velocidade k
1e
pode ser ignorada e a constante de velocidade k
eo
pode ser utilizada para descrever
avelocidade de equilíbrio entre os compartimentos plasmático e do local de efeito.